sábado, dezembro 16, 2017

Passo as noites em claro, procuro qualquer sinal de que não é este o caminho a seguir.
Procuro-te nas entrelinhas do que os outros escrevem.
Procuro-me nas linhas que escreves
Ouço-te e não me revejo nos teus acordes.
Que estou a fazer? Procuro a sintonia dissonante?
Que sei eu de melodias? Nunca fui melodiosa, toda a minha vida tem sido um ruído ... ou o silêncio absoluto de tudo... Que barulho fazemos a cair? e que barulho fazemos ao permanecermos caídos?
Não te mexas pode ser que ninguém dê conta...
Dá tão menos trabalho permanecer imóvel, sorriso no rosto, piada pronta a sair, conselho de ocasião, mas imóvel... sem nada  mais, além deste sobretudo de luxo, protector contra as chuvas destes Invernos hostís do nosso descontentamento... desta quase vida... de nada...
São quase 8h e eu estou aqui sentada a este computador sem saber o que sentir...
Já não faz sentido procurar seja o que for. mas continuo a vasculhar em papeis, em malinhas, em linhas (má - linhas), e fotos antigas ... e não me encontro em nada disto, se não me enquadro porque teimo em permanecer?

sábado, novembro 05, 2016

Os dias intermináveis a fumar cigarros, a beber cafés, olhar vago, a cabeça pesada vazia de nada, a dor de não sentir ou sentir demais, o lixo espalhado e a loiça por lavar, o sorriso irónico: é bom estar vivo.

quarta-feira, outubro 19, 2016

Neurose da felicidade

Hoje acordei numa daquelas manhãs em que olhas pela janela e só te apetece carpir as mágoas de uma vida de alegrias e sorrisos, de escolhas triunfantes, de fotogenia aprimorada, carpir as mágoas do tudo é bom tudo é belo, o caminho faz-se caminhando! Porra para tudo isso... isso faz doer, isso espeta alfinetadas a cada sorriso, a cada abraço, a cada foto sorridente, a cada mentira camuflada de verdade absoluta.
Hoje mereço pena perpétua, hoje mando tudo isto bardamerda, hoje baixo as calças e mostro-vos o cú... hoje já não há pedras para construir castelos.

terça-feira, outubro 11, 2016

Inacabados...

Como travar este ímpeto de escrever? de te escrever?
De escrever para aliviar a vontade de estar contigo, de te tocar, de sentir o teu sorriso na minha orelha esquerda. Sinto um fluxo de palavras a quererem brotar pela ponta dos meus dedos a passearem pelo teu corpo nú na minha cama. Mordo o lábio inferior enquanto impeço que os meu olhos te digam que o errado está certo, e o certo também o está... 
A minha boca anseia por ouvir as tuas histórias... 

segunda-feira, julho 01, 2013

rituais

Tomava religiosamente o seu anti-hipertensor com o primeiro café da manha em chávena escaldada.

sábado, novembro 26, 2011

"...há o perigo de um grito lindíssimo quando andas assim comigo no invisível..." (mário cesariny)

terça-feira, novembro 22, 2011

Sozinha

Sou-o desde pequena. Rodeada de pessoas. É raro sentir-me sozinha. Senti-o há uns dias quando naquelas datas em que todos os que nos rodeiam fazem questão de lembrar que gostam de ti, que querem estar presentes, que se preocupam... essas coisas que nos enchem o coração...mas que eu arrogantemente costumo ironizar, vipedear e outras coisas afins... este ano foi diferente, quis mostrar que queria, que gosto e que agradeço a presença de certas pessoas na minha vida! A vida mostrou-me que elas não estão lá sempre... que não posso ser uma menina mimada a dar pontapés... quando estava prestes a chorar por ninguém vir ao meu rendez vous ligaste-me e perguntaste: queres que vá? claro que quero que venhas, porra! e foi bom, foi igual a todas as outras noites... o que é óptimo... e mais uma vez estive acompanhada e rodeada de ti! a banda não tinha tom mas tu fizeste a noite apetecer... mais uma noite na presença de algumas pessoas não estou sozinha... mais acompanhada do que quando sou muitas em mim...

quarta-feira, outubro 20, 2010

começa a sentir de novo frémito... isto é perigoso, pensa...

sábado, setembro 25, 2010

Ciclos

Um novo começo Um novo fim
A mesma vida...

domingo, março 14, 2010

E se existir?

Findo o cigarro, já o dia a meio azul bebé resolvo escrever. Faço-o porque sei que dentro de breves instantes serei interrompida pelo acordar das almas adormecidas que vagueiam por aqui... Manifestaram-se a espaços com passos trôpegos, sonolentos e arrastados, algumas pigarrearam para me lembrarem que existiam, que não estava sozinha... A esta hora, ritualmente, a cabeça dói-me, pesa-me e penso : porquê? Hoje deve ter sido uma boa noite no bairro, nas docas, na minha ou na tua cama... se foi saberei depois e sorrirei... pois mais uma vez estive fora... O que é o bom? talvez o dormir durante dez horas ou talvez ter-me mantido acordada o mesmo espaço de tempo. Não sei... é o emaranhado de ses que torna as coisas belas... mas tão se... e se eu não aparecesse à hora marcada? e se tu não gostares dos meus sapatos verdes palhaço? e se eu não gostar do teu cheiro que depositas na almofada junto aos meus cabelos? E se elas não acordarem? e se não quiserem que lhes abra as portas? e se eu não pertenço aqui? e se tu não és quem és? e se o cotovelo direito não me doesse, eu estaria a escrever disparates? As calças apertam-me mas o cabelo assim faz-me parecer mais jovem... e se tudo isto for mentira e eu agora estiver a dormir nos teus lençóis azuis retro? quem sabe? quem mente? quem Omite? Gostava de estar a dormir abraçada ao meu irmão, nas noites quentes de inverno sabe-me bem, as vezes sinto frio acompanhada... as vezes não sou completamente... Por vezes sinto-me a adormecer a pensar, em ti que não existes, que me acompanhas há muito, por isso te ligo... porque sei que não existes. Quando existires não te ligo, fujo de ti. Tenho medo das certezas, só os ses me deixam insegura o suficiente para acreditar...

quinta-feira, novembro 26, 2009

Tristeza

Esta tristeza volta a invadir-me... de forma incidiosa, viscosa.
Valha-me e lhe que desta feita estou convencida de estar na posse do conhecimento das causas...
Ando a fazer bolinhos de lama, provo-os dou-os a provar aos meus amigos, comemo-los a acompanhar chavenas de chá de limão com mel.
Estou de Férias, chove lá fora. Este aumento do tempo cria em mim espaços de pensamentos repudiados...cresce em mim a inutilidade de tudo... sentimentos?! bahh são bolos de lama imaginários que partilhamos com o nosso amigo imaginário.
Tudo é fraudelento, tirando nós próprios, inclusivé nós próprios...
Quando és genuíno, as pessoas tem medo.
Quando alinhas nos canones, tens nojo de ti
Quando arranjas um intermédio... Perdes-te!
Tens trinta Anos porra!!!! Já não tens idade para bolinhos e chá e amigos imaginários e mundos inventados de pernas para o ar!!! O princepezinho foi invenção de um aviador qualquer... ele é que a sabia toda, fartou-se de ganhar dinheiro com tolices para crianças!
Sou peculiar... e agora o que fazer com isso?
Ainda nao me trouxe nada de bom...

quinta-feira, novembro 19, 2009

Deixa lá!

Deixa lá ver se me sinto confortável com outras calças, outra camisola, com outra vida...

segunda-feira, junho 01, 2009

Quando chegares espero ja cá não estar.
Ter deixado a casa arrumada, quase vazia, só com os teus objectos que a mim nunca me fizeram falta. Levo os meus que te fazem falta mas nunca o soubeste até ao dia de hoje.
As janelas estão abertas de par em par, mas as portas fechadas. Não quero que te roubem a sensação do que ficar, do que permanece perante os novos olhares que dás aos objectos.
Espero estar vestida de branco e sorriso no rosto. Vou embora leve deixo o peso do que é teu a quem é devido a ti...
Vou voar sem as tuas pernas a agarrar-me ao chão....

terça-feira, abril 28, 2009

Unha do dedo mindinho do pé esquerdo.

Sabes, eu não estou bem.
Doi-me a garganta, tenho o ouvido esquerdo endemaciado e o direito a latejar.
Continuo a fumar muito, como quando nos conhecemos, só que agora mais compulsivamente.
Penso muito, e por isso devo estar doente dos olhos, a acreditar no meu amigo Pessoa.
Sim, os meus olhos devem estar enfermos... 
Não vi que estava sozinha. 
Estou louca porque ouvia vozes, a tua, sempre comigo. 
Sentia mãos, as tuas, a afagarem-me o corpo, a adormecerem-me durante a noite... 
Nos raros momentos em que os pensamentos param de me esmagar o ser com as suas ferraduras a trote, apercebo-me que faz tudo parte do delírio, da loucura, que nunca exististe... E aí volta tudo de novo...
Tu fazes parte de um plano, teu pessoal, para me enfraqueceres, tirares de mim tudo o que me é vital... estiveste cá, falaste para mim, embalaste-me os sonhos, acariciaste-me a cabeça... para eu me dar, para tu beberes os meus sucos, cresceres, ficares forte, grande, poderoso, lindo. Como eu era... Secaste-me... porque era esse o plano... 
Podias ter-te deleitado com os meus sucos sem estragares. Neste momento estavamos os dois fortes, grandes, poderosos e lindos como eu era...
Não foi isso que aconteceu... 
Sabes eu não estou bem... Secaste a Seiva...
Partes agora para ires secar outras seivas... Sempre te disse que não sabes beber...
Secaste tudo... mas deixaste-me as amigdalas a doerem, o ouvido esquerdo endemaciado, o direito a latejar, esta doença de olhos que teima em me enervar. E estes Cavalos Selvagens que não consigo dominar, a trotarem dentro do meu peito, cabeça e unha do dedo mindinho do pé esquerdo...
Tem cuidado ao beber...

domingo, janeiro 18, 2009

Não te posso ouvir! Oiço Pink Floyd... I which you are here.... lalala

sábado, janeiro 17, 2009

O Pintas

O pintas é muito bom!
Ele é o maior, veste-se de roupas fashion.
Gel no cabelo, vai para os sitios da moda.
Conhece toda a gente que se deve conhecer.
Fala de todos os assuntos como peixe na agua.
Com um sorriso nos lábios. Piada sempre pronta para não entrar em temas em que não se sente à vontade...
O pintas é aquela personagem que não tenho paciencia para aturar...
Ó pintas que fazes tu aqui?
Espera lá... que manchas são estas no meu corpo? Pintas! Andas-te para aqui a fazer das tuas? estas pintas são tuas... Leva-as daqui, não quero o meu corpo tingido com elas!
Como? fui eu? dizes que fui eu que me encostei a ti? que quiz que permanececes junto a mim, que me afagasses os cabelos e que me mostrasses que ser Pintas não significa que não tenhas riscas e textura de floco?
que estampagem é esta que estas a tentar fazer aqui?
tecido cru não sou, mas a minha fibra não gosta de estampagens... ou nao gostava!
que se passa ó Pintas? por favor mostra-me que as tuas cores são reais e que a qualidade da fibra que te forma pode ser melhorada e que o agasalho por nós formado poderá ser reutilizado e reinventado diáriamente...

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Novos anos encobertos das decisões de anos velhos deixam-me cheia de cãs...

sábado, dezembro 27, 2008

Sector E

A minha mãe faz-me sopas. ela sabe do que eu preciso! Precisas é de sopas e descanso! pois é maezinha, as tuas sopas e o meu descanso que combinação perfeita! Enquanto escrevo isto como a segunda tigela de sopa de cenoura, para ir trabalhar... Olhas-me...

quarta-feira, outubro 15, 2008

Obrigado mãe...

Não me lembro se chovia naquela noite. Três anos, 2 meses e 5 dias depois, lembro-me com a memória do ouvir dizer: trovejava. Naquela noite não me lembro... Os corredores eram longos e a hora avançada. A mão que me tocou era rude latex. A mão mordida, até hoje marcada a dentes caninos e pré-molares, veias fibrosadas, sinais castanhos dispersos, pele seca com cheiro intenso amoniacal. Deitada chorava, pedia ajuda, tentava expulsar a dor e a angustia, só o amoníaco ajudou a suportar a dor de se libertar do que era seu, do que lhe estava dentro mas não era para estar... Ainda não era altura de sair, mas queria... nessa tentativa de fuga, como em tudo: hesitava, voltava costas para as saidas... queria evadir-se, apressada, num impulso, contudo pos-se de costas... Se calhar mais um bocadinho não fazia mal... assim sofria, perdia capacidade vital, debilitava quem a continha, quem lhe abria as portas e lhe mostrava o caminho... Vem é por aqui. Não é seguro, não é facil, até convém que chores bem alto quando vires a realidade. É a única saida... ou isso ou a inercia, a não decisão, o ficares aqui dentro, enrolada sobre ti mesma. Conduzes-te à morte, minha e possivelmente minha, ao sofrimento de quem (já/ainda) te ama. Sai dai! Mostra-te ao mundo! Deixa-te tocar, e chora, grita depois ri, sofre com o rebentar das gengivas, podes sempre bolsar no meu ombro... Quando caires por não saberes andar, eu tomar-te-ei nos meus braços... Sai daí! Oferece ao mundo o teu potencial! Oferece-te Plena, Pura, Real, a ti mesma a ti! Nem sempre saberei ver o que me ofereces... Mas tu saberás! Não me lembro se chovia naquela noite, nem sequer de memória de ouvir dizer! Hoje 30 anos depois não chove lá fora... cá dentro está quente, mas teimo em ter umas infiltrações que a qualquer momento me sujam as paredes!

domingo, setembro 28, 2008

Falta!

Não de ti, mas ...
Das tuas particularidades.
Das nossas vulgaridades... Não de ti!
Do meu Riso inocente e puro.
Da placidez, perante o meu desespero, aplacado com duas palavras que o tornavam em serenidade ou em esperança e fé.
Do Dormir com a leveza do teu corpo enrolado sobre o meu.
Do brilho do teu olhar oferecido às crianças que ainda brincam no jardim em frente.
Do entusiasmo musical em alturas de entusiasmo sexual.
Das tuas refeições pouco condimentadas.
Da culpa da maionese em excesso para os meus males estares gástricos.
Do riso Alarve perante a minha auto comiseração: " Tenho um mal!"
Da gabarolice.
Do deleite ao encher o bandulho.
Do sexo entre Séries da fox e bolachas com leite.
Do sonho...
Mas não sinto falta de nós...